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Introdução
A prototipagem é um termo técnico que explica a prática de prototipar, ou seja, criar um protótipo de algo que se deseja produzir. Imagine que você está criando um novo aplicativo: a ideia é fantástica e o conceito é inovador. Porém, dentre outras coisas, você gostaria de elaborar uma versão inicial, um esqueleto por assim dizer, para usá-lo como material de apresentação no pitch do seu projeto para alguém interessado(a) em investir. Bem, é exatamente aqui que entra a prototipagem. O objetivo dessa etapa é criar um modelo do produto final, sem a qualidade técnica e o refinamento do produto finalizado. Na realidade, basta que essa versão preliminar transmita a ideia de usabilidade, estilo e propósito da sua solução.
Os protótipos auxiliam na redução das incertezas que permeiam o design de uma solução a ser comercializada. Um meio rápido de descartar alternativas que não são bem recebidas pelo público-alvo, sem que nenhum investimento pesado seja feito. Durante a prototipagem, são criados modelos de teste para verificar se o comportamento dos usuários durante a interação com o protótipo ocorreu dentro do esperado.Uma vez montado o protótipo, o próximo passo é solicitar feedback dos potenciais clientes/ usuários sobre quais atributos os encantaram, quais geraram dúvidas, quais são as críticas e as sugestões. O objetivo desta etapa é fazer com que a ideia só seja implementada de fato no momento em que o cliente/ usuário considerar o protótipo ideal para suprir sua necessidade.
Vale salientar que a prototipagem não deve ser confundida como uma etapa inicial de desenvolvimento, assim como ocorre com versões Alfa ou Beta de um software. O objetivo do protótipo é apenas simular um modelo real da sua ideia, sendo uma ponte entre o que você tem em mente e a representação que você consegue criar disso. -
Relevância estratégica
A tática de pular de uma ideia inovadora diretamente para sua implementação não é a mais segura. Lançar um produto no mercado sem validação é, na realidade, muito arriscado. Pode ser que ele não funcione da forma desejada, que os usuários não se identifiquem, ou até que simplesmente não exista demanda. O mais sábio a se fazer é validar antes.
Em um projeto que envolve várias fases, é interessante fabricar um modelo de teste para cada uma das etapas. Não precisa ser sofisticado; o ideal é que ele seja bem barato – sua função é apenas de avaliação. A partir dele, as melhorias no produto serão feitas. Então, há grandes chances de falha, mau funcionamento, ou até reprovação de usuários.O nível de proximidade do protótipo com o produto final chama-se “fidelidade” e pode variar de acordo com o seu propósito. Se ele foi feito para uma verificação mais simples, precisa ser diferente do que em uma situação na qual a precisão será testada, por exemplo.
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Variação de contextualidade
A variação de contextualidade diz respeito ao ambiente de testes e os testadores. Aliás, os testes de protótipo podem envolver ou não o público-alvo. Também podem ser realizados em um laboratório ou no ambiente onde o produto ou serviço será utilizado. As diferentes combinações desses elementos representam as variações de contextualidade da prototipagem. São elas: parcial, total, geral e restrita. Confira as diferenças:Parcial
Testagem com usuário final OU ambiente final. O objetivo dessa variação é identificar divergências de opinião entre esses dois cenários para identificar a percepção em torno do produto em situações privilegiadas.
Total
Testagem com usuário final no ambiente onde o produto será utilizado. Na indústria automotiva, isso equivale a convidar integrantes do público-alvo de um veículo para pilotar, em regime de confidencialidade e com a devida camuflagem, um novo lançamento da marca.
Geral
Qualquer tipo de usuário (não necessariamente o público-alvo) em qualquer ambiente. Como exemplo podemos citar montadoras que convidam integrantes da imprensa para rodar com um lançamento no parque industrial da marca.
Restrita
Em ambiente controlado. Esse é o contexto utilizado por muitas desenvolvedoras de software e hardware em uma fase absolutamente confidencial de seus projetos.
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Prototipagem e seus objetivos
Como você bem viu, a prototipagem visa reduzir problemas e eventuais alterações, evitando que a empresa perca dinheiro com problemas que poderiam ter sido evitados em uma fase de testes. Logo, a prototipagem pode ter objetivos distintos, indo de uma validação por parte do público-alvo a uma captação de investimentos. Confira a seguir.
- Prototipagem para validação de mercado
A prototipagem para validação de mercado é um método que permite aos empreendedores e designers testarem suas ideias e conceitos com potenciais clientes antes de lançar um produto finalizado. Trata-se de criar protótipos rápidos e econômicos que representem as principais características do bem ou serviço, a fim de obter feedback valioso e tomar decisões assertivas sobre seu desenvolvimento. - Prototipagem para captação de investimentos
A prototipagem para captação de investimentos envolve a criação de protótipos funcionais que demonstrem as características-chave e o valor do bem ou serviço aos potenciais investidores. Esses protótipos são desenvolvidos para fornecer uma representação concreta do conceito, permitindo que os investidores vejam e entendam o potencial comercial da ideia. Em outras palavras: o protótipo precisa deixar claro que aquela ideia é viável e traz retorno financeiro.
Prototipagem para melhoria contínua de um produto
A prototipagem para melhoria contínua de um produto visa aperfeiçoar uma solução já existente. Ela envolve a criação de protótipos interativos para testar e validar melhorias incrementais, garantindo que o produto final atenda cada vez mais às expectativas dos clientes e aos requisitos do mercado. Simples assim: cada atualização é como se fosse um produto novo a ser lançado e, logo, precisa ser testado.
- Prototipagem para validação de mercado
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A prototipagem MVP
A prototipagem é um processo realizado nos mais diferentes modelos de negócios, com a finalidade de gerar Prova de Conceito (POC) ou Minimum Viable Product (MVP), em português, Mínimo Produto Viável. A ideia é que, respaldado pelo feedback dos testadores, o produto final tenha mais sucesso entre o público-alvo. O conceito de MVP foi introduzido pelo empreendedor americano Eric Ries em seu livro Lean Startup (ou Startup Enxuta), que traz um método para a criação de startups sem perdas financeiras e de tempo. Para ser considerado um MVP, é preciso que o protótipo tenha um alto nível de fidelidade em relação ao produto final.
Basicamente, o MVP é um produto em desenvolvimento que tem as funcionalidades mínimas necessárias sendo o adequado para passar por uma avaliação sobre a aceitação do público-alvo. O vídeo a seguir traz mais informações acerca desse assunto.Estágios do MVP
Tudo começa a partir de uma ideia ou uma necessidade identificada. Após a pesquisa de mercado com a coleta de dados secundários e primários, identifica-se quão real é o problema ou efetiva é a solução para o problema identificado.
Em seguida, nasce o produto em sua versão MVP: ela só será validada quando os clientes começarem a usar e você avaliar seus respectivos comportamentos e desempenhos. Nesse momento, podem acontecer diversos cenários diferentes:As pessoas gostam do produto e usam do jeito como ele foi pensado;
As pessoas até se interessam, mas têm dificuldade de usar;
As pessoas não gostam do produto e não usam;
As pessoas usam um pouco, mas reclamam que poderia ser melhor se tivesse uma funcionalidade específica.
Tudo isso gera um aprendizado para a próxima versão do seu produto, que será mais evoluída que a anterior porque já conta com dados de comportamento dos clientes.
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Prototipagem de serviços
A prototipagem também é uma abordagem essencial para o desenvolvimento e aprimoramento de serviços. Antes de iniciar o processo, é crucial ter uma compreensão clara do serviço que você está desenvolvendo. Defina os objetivos e os principais elementos envolvidos. Analise o fluxo do serviço, identifique as etapas-chave e as interações entre o cliente e o prestador do serviço.
Após esta etapa, é necessário determinar qual aspecto específico do serviço você deseja prototipar. Pode ser uma etapa do fluxo, uma funcionalidade específica ou até mesmo uma experiência completa. Tenha em mente que o objetivo é criar uma representação tangível o suficiente para obter feedback relevante dos usuários.Existem várias formas de prototipar serviços, desde protótipos físicos até protótipos digitais interativos. Escolha o tipo de protótipo que melhor se adequa às suas necessidades e recursos disponíveis. Isso pode incluir protótipos de papel, isopor ou até mesmo representações teatrais de interações de serviço.
Mas antes, é preciso determinar quais elementos serão representados no protótipo. Isso pode incluir interfaces, pontos de interação, papéis dos envolvidos, cenários de uso, entre outros. Certifique-se de que o protótipo foque nos aspectos mais relevantes e significativos para testar e obter feedback. Uma boa maneira de ajudar a planejar o protótipo é fazer alguns rascunhos no papel.
Com tudo organizado, conduza testes com usuários reais para obter feedback e insights valiosos. Crie cenários realistas para que os usuários interajam com o protótipo como se estivessem utilizando o serviço real. Observe suas reações, solicite opiniões e registre os pontos positivos, negativos e sugestões de melhoria levantados durante os testes.
Após os testes, analise os resultados e feedback obtidos. Identifique os pontos fortes e as áreas de melhoria do serviço com base nas experiências dos usuários. Utilize essas informações para aprimorar o protótipo e fazer iterações até alcançar uma solução que atenda às expectativas dos usuários e aos objetivos do serviço.